terça-feira, 16 de março de 2010

Ultrassom para estudo do colo uterino na gravidez.

Por que medir?
Trabalhos pioneiros que evidenciaram forte correlação entre os achados ultrassonográficos de colo curto e nascimentos prematuros:
- Welsh et al – 2002 - Gusman et al – 2001 - To et al – 2001
- Owen et al – 2001 - Hilobard et al – 2000 - Leitich et al – 1999
- Iamns et al – 1998 - Iamns et al – 1996

Por que medir?
Iamns et al – 1996
2915 pacientes – população normal.
Trabalho prospectivo.
Medidas: 24 e 28 semanas.
Estudo endovaginal



Por que medir?
Iamns et al – 1996
Conclusões:
EXISTE UMA PROPORÇÃO INVERSA ENTRE COMPRIMENTO CERVICAL AO US E O RISCO DE TPP.
O AFUNILAMENTO CERVICAL POR SI NÃO CONTRIBUI PARA O RISCO DE COLO UTERINO CURTO
A MAIORIA DAS MULHERES COM AFUNILAMENTO E COLO CURTO NÃO EVOLUEM PARA O PARTO PREMATURO.


Por que medir?
Indicações:
Predição de parto prematuro em pacientes assintomáticas.
Predição de recorrência em pacientes com história prévia de parto prematuro
Predição de parto prematuro em pacientes com anomalias uterinas, como útero unicorno.
Predição do risco relativo de parto dentro de sete dias em mulheres com ameaça parto prematuro.
Decidir quando seguir com drenagem amniótica em gestações com polidrâmnio no segundo ou no começo do terceiro trimestre.
Para programação de parto cesareana – realizar entre 37/38 semanas (aguardar ou não / até quando).
Na indução do parto, pode ajudar na avaliação da probabilidade de parto vaginal em 24 horas e a probabilidade de cesárea.
Pós datismo: na 41a semana pode predizer a probabilidade de início espontâneo de trabalho de parto e parto vaginal nos 10 dias subsequentes.

Screening para parto prematuro
Dois grupos de grávidas contribuem para nascimentos espontâneos antes de 34 semanas:
mulheres que já tiveram um aborto tardio ou parto prematuro espontâneo
15% dos nascimentos

Screening para parto prematuro
Dois grupos de grávidas contribuem para nascimentos espontâneos antes de 34 semanas:
mulheres que estão em sua primeira gravidez ou que as gestações anteriores resultaram em nascimentos à termo
85% dos nascimentos.

Screening para parto prematuro
"Qualquer estratégia para reduzir a taxa de nascimento prematuro que foca o subgrupo de mulheres com nascimentos prematuros anteriores teriam um pequeno impacto na taxa geral de nascimentos prematuros".

Screening utilizando história obstétrica e comprimento cervical
O modelo combinado
Comprimento cervical História obstétrica

É a melhor ferramenta para predizer o parto prematuro
espontâneo do que cada fator isolado

Screening utilizando história obstétrica e comprimento cervical
A sensibilidade do screening melhora conforme avança o grau de prematuridade.
Para uma taxa de screening positivo de 5%, a taxa de detecção é de 70% para extremo, 45 % para moderado e 15% para parto prematuro espontâneo leve.
Os valores, para uma taxa de screening positivo de 10%, são 80%, 60%, 55% e 30% respectivamente.

Quando eu faço?

Pacientes com história prévia de parto prematuro
Pacientes com anomalias uterinas, como útero unicorno
deve ser medido a cada 2 semanas entre 14 e 24 semanas.

Nas mulheres sem história prévia
deve ser realizada nas 20-24 semanas de gestação.
O colo uterino
Estrutura formada por tecido fibromuscular de ecogenicidade média - zona hipoecóica
Canal cervical: Linha normalmente hiperecóica.


Medida do comprimento cervical
Técnica Transabdominal:
Falha ao visualizar a cérvix em uma alta proporção dos casos e particularmente naqueles com cérvix curta.
É necessário a bexiga cheia , o que falsamente aumenta o comprimento cervical.
Com avançar da IG: sobreposição de segmentos fetais.
Obesidade materna.

Medida do comprimento cervical
Técnica Transperineal:
A cérvix pode ser examinada colocando-se uma sonda de 3 Mhz sagitalmente entre os grandes lábios, com bexiga vazia.
A cérvix é adequadamente visualizada em cerca de 80% dos pacientes.
A medida do comprimento cervical, obtida por essa técnica é semelhante as medidas obtidas pela técnica transvaginal.
No entanto, em cerca de 20% dos casos a cérvix não pode ser visualizada.
RPM

Medida do comprimento cervical
Técnica Endovaginal:
Padrão ouro.
Transdutores endocavitários – 5 MHz.
Reprodutibilidade da técnica:
A medida é altamente reprodutível.
Em 95% dos casos a diferença entre duas medidas realizadas pelo mesmo examinador ou por dois examinadores diferentes é de cerca de 4 mm ou menos.

Medida do comprimento cervical
Ao medir o comprimento do colo uterino na ecografia transvaginal:
Explicar a técnica à paciente
Paciente com bexiga vazia, em decúbito dorsal na posição litotômica.

Medida do comprimento cervical
Ao medir o comprimento do colo uterino na ecografia transvaginal:
O transdutor deve ser introduzido, direcionando-o ao fórnix anterior.
evitar exercer pressão indevida na cérvix - aumenta seu comprimento.

Medida do comprimento cervical
Ao medir o comprimento do colo uterino na ecografia transvaginal:
Obter corte sagital da cérvix
A mucosa endocervical hiperecogênica deve ser utilizada como um guia para a verdadeira posição do orifício interno (OI) do colo, evitando assim confusão com o segmento inferior do útero.
O OI deve ser plano ou em V.
A espessura da porção anterior deve ser semelhante a porção posterior.

Medida do comprimento cervical
Ao medir o comprimento do colo uterino na ecografia transvaginal:
Os calipers são usados para medir a distância linear entre a área triangular mais ecogênica no orifício externo (OE) e a incisura em formato de V no OI.

Medida do comprimento cervical
Ao medir o comprimento do colo uterino na ecografia transvaginal:
Cada exame deve ser realizado ao longo de 2-3 minutos.
Em cerca de 1% dos casos o comprimento cervical pode mudar devido a contrações uterinas
medida mais curta é a que deve ser utilizada.

Medida do comprimento cervical
Técnica
Cérvix curva
A cérvix é freqüentemente curva e nesses casos a medida do comprimento cervical realizada com uma linha reta entre os óstios interno e externo é inevitavelmente mais curta do que uma medida realizada ao longo do canal endocervical.
Do ponto de vista clínico o método de medida não tem importância uma vez que quando a cérvix está encurtada está também reta.

Medida do comprimento cervical
Técnica
Cérvix curva
A cérvix é freqüentemente curva e nesses casos a medida do comprimento cervical realizada com uma linha reta entre os óstios interno e externo é inevitavelmente mais curta do que uma medida realizada ao longo do canal endocervical.
Do ponto de vista clínico o método de medida não tem importância uma vez que quando a cérvix está encurtada está também reta.

Medida do comprimento cervical
Técnica
Afunilamento cervical
A dilatação do OI, observada sonograficamente como um afunilamento, não é mais que um simples reflexo do processo de encurtamento que irá eventualmente resultar em parto prematuro. Quase todas as mulheres com cérvix curta tem afunilamento do OI.
Mulheres com uma cérvix longa e afunilamento não tem um risco aumentado para parto prematuro.

Medida do comprimento cervical
Valores de normalidade:
Técnica transabdominal: 30 mm.
Técnica endovaginal: 25 mm.
Estudo de Iams et al.:
25 mm: corresponde ao percentil 10 do comprimento cervical.
15 mm: corresponde ao apagamento de 50% ao toque digital.
10 mm: corresponde ao apagamento de 75% ao toque digital.
Medida do comprimento cervical
Atenção:
O apagamento progressivo é mais significativo que uma medida isolada anormal do seu comprimento.

Medida do comprimento cervical
Avaliação funcional:
Guzman ER et al.
Realização da medida do canal cervical associada com compressão do fundo uterino.
Pode ajudar no diagnóstico precoce.


Parto prematuro O futuro


Buscar um teste de screening eficiente para identificar as mulheres com alto risco.

Desenvolver um método eficaz de intervenção para prevenir esta complicação.

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